Intervenção – 19º Piquenicão Nacional (Grândola) – 15 de Junho

IMG_0197Caro Senhor Presidente da Câmara Municipal de Grândola
Caras e Caros Autarcas presentes, Senhores Vereadores, Senhor Presidente da Assembleia Municipal e Senhora e Senhores Presidentes das Juntas de Freguesias
Caras e caros Amigos
Esta é a Festa do MURPI, a Festa da Alegria e de Solidariedade, a Festa do 19º Piquenicão Nacional.
Uma festa de Abril que escolheu Grândola Vila Morena para celebrar os 40 anos do 25 de Abril, no Concelho de Abril, e deste modo, afirmar com muita clareza que não abdicamos de defender Abril, de lutar pelos direitos, de participar na vida social, política e cultural do País.
Uma festa que teve o apoio imediato da Câmara Municipal de Grândola, que disponibilizou todos os meios para criar as melhores condições para receber milhares de participantes neste acontecimento maior.
Por todas estas razões e também pelas suas amáveis palavras que nos dirigiu, e em nome da Direcção da Confederação MURPI queremos agradecer ao Sr. Presidente da Câmara Municipal e do seu Executivo, todo o apoio recebido que permitiu que esta festa possa ser considerada uma das melhores já realizadas.
Neste agradecimento, envolvemos todos quantos se empenharam na sua concretização e em especial os trabalhadores da Câmara, a quem manifestámos os nossos agradecimentos.
Também um agradecimento à banda da Sociedade Fraternidade Operária grandolense Música Velha que nos saudou na abertura deste Piquenicão.
Uma palavra de agradecimento aos dirigentes e activistas da Associação de Reformados de Grândola que tomaram nas suas mãos a realização da Festa e a quem é justo saudá-los com uma salva de palmas.
Uma palavra de justa homenagem ao seu presidente Manuel Franganito que não está junto de nós pela lei da vida.
Sendo uma festa nacional, o MURPI convidou todos os partidos dos Grupos parlamentares a estarem presentes neste Piquenicão.
Queremos agradecer a presença das delegações convidadas, do Grupo Parlamentar do PCP, da delegação do PCP, da representante da Comissão Executiva Nacional da CGTP, e da Coordenadora Nacional da Inter Reformados/CGTP a quem manifestamos o nosso apreço pela vossa presença e pelo apoio e solidariedade que, desta forma, manifestam na defesa das nossas causas.
Mas esta festa ganha dimensão e entusiasmo crescentes, porque edição após edição, ganha prestígio e força, porque os seus intervenientes assim o afirmam.
Referimos ao número crescente de Grupos de Cantares das Associações de Reformados, que neste ano ultrapassam a meia centena de grupos inscritos, e sempre com o reportório mais rico e diversificado, e para todos eles, peço uma salva de palmas e muito obrigado.
Estes grupos de cantares são a expressão das actividades culturais deste associativismo de reformados que só valorizam a dignidade do nosso grupo social, e, a sua existência representa um património cultural que deve merecer todo o apoio financeiro e logístico, justo e necessário.
Mas esta festa não é só música, ginástica rítmica e teatro; é também a expressão de solidariedade, de partilha e de apoio às causas que o MURPI sempre defendeu no passado, no presente e continuará a defender no futuro – a defesa dos nossos direitos sociais, o direito a sermos respeitados e o direito a vivermos com dignidade.
Queremos reafirmar o nosso empenho em continuar a lutar para que possamos dar um presente e um futuro que respeite justamente quem, ao longo de muitas décadas, deram muito do seu trabalho e contribuíram não só para garantir a riqueza no nosso país, como efectuaram muitos descontos que assegurassem o nosso presente com autonomia social e financeira para não sermos um encargo para os nossos filhos.
Infelizmente, temos sido vítimas de ataques constantes e permanentes por parte deste Governo que não só não nos respeita, como nos rouba as pensões, nos retira os subsídios e os direitos sociais na saúde e na protecção social, e nos condena à pobreza, fome e miséria.
Um Governo que, recentemente, em pouco tempo averbou duas derrotas estrondosas.
Estas derrotas são a expressão dos protestos manifestados pelo povo, em numerosas iniciativas e acções, onde têm sido expressas a necessidade de travar a acção deste Governo por não corresponder à vontade do Povo Português.
Pela 8ª vez, o Tribunal Constitucional chumbou as leis deste Governo que teima em afrontar o espírito e a lei constitucional, um Governo que procura governar à margem da lei, retirando importantes parcelas de rendimentos aos trabalhadores e aos reformados para entregar milhões de euros aos grandes grupos financeiros e da banca.
Novos cortes orçamentais nas áreas da saúde, da segurança social e no ensino estão a ser preparados, pelo Governo “fora da lei” para justificar o chumbo, com consequências graves, nos roubos nos salários dos trabalhadores da função pública, a quem manifestamos a nossa solidariedade na luta, no ataque ao Serviço Nacional de Saúde, com encerramento de postos e não colocação de médicos, no encerramento de mais de 400 escolas como recentemente foi anunciado no concelho, bem como encerramento de postos e serviços essenciais como os CTT, Segurança Social, Tribunais e outros serviços.
Este Governo, há muito que deixou de merecer a confiança do povo e por este motivo, torna-se mais clara a exigência da sua substituição através da consulta eleitoral ao povo.
É contra esta política que é preciso romper e afirmar uma alternativa que assegure o desenvolvimento soberano do País, e a concretização dos direitos e dos valores de Abril para o futuro de Portugal.
Ao contrário do que toda a propaganda governamental quer fazer crer não houve nem saída, muito menos limpa, do abismo social e económico em que se encontra o país.
O que o Governo e os partidos da troika pretendem, com a cumplicidade do Presidente da República, é a continuação do processo de exploração e do empobrecimento do país e dos portugueses, em benefício dos especuladores financeiros, procurando amarrar o nosso país a mais austeridade para cumprir o chamado tratado orçamental.
Mas nós reformados, pensionistas e aposentados soubemos manifestar o nosso descontentamento e revolta, nas MARCHAS DE INDIGNAÇÃO E PROTESTO, no dia 12 de Abril, com a participação de muitos milhares de reformados e pensionistas em vários pontos do país, na sua maior acção de sempre.
Esta grande acção de luta promovida pelo MURPI atesta a vitalidade deste movimento, a força e a determinação que só através da luta, poderemos assegurar a defesa dos nossos direitos e a necessidade de ampliar a sua intervenção unitária na conquista dos mais elementares direitos que nos estão a ser negados.
A Confederação Nacional de Reformados MURPI dá expressão à força da luta organizada dos reformados, pensionistas e idosos em defesa de direitos próprios e ao valor da sua participação política, social, cultural e desportiva.
Temos pela frente a batalha pelo reconhecimento do MURPI como parceiro social, reivindicação que tem décadas de existência, e para o qual torna-se necessária a adesão de dezenas e dezenas de Associações de Reformados que renovem a sua adesão a este grande movimento associativo que é o MURPI, como representante legítimo dos reformados, pensionistas e idosos.
Estão criadas as condições necessárias para que se criem novas Associações que venham a aderir ao MURPI para dar mais força à luta dos reformados.
Caras amigas e caros amigos
Está nas nossas mãos fortalecer e ampliar o MURPI, encontrar formas de que mais reformados participem com a sua força criativa no desenvolvimento das actividades das associações, que estas estejam cada vez mais abertas aos problemas de integração social e cultural dos reformados nas comunidades onde residam, e que juntos, possamos projectar o MURPI como força importante e representativa de todos aqueles que desejam um futuro melhor com justiça social.
Está nas nossas mãos o alargamento unitário da luta pela defesa dos nossos direitos sociais, culturais portadores de uma nova esperança e de confiança no futuro.
Precisamos de todos vós, para reforçar este projecto unitário de afirmação da dignidade dos reformados e no reforço dos seus direitos sociais à saúde, à habitação, à protecção social, à mobilidade e à autonomia financeira, recusando projectos de recurso à caridade pública que ferem na nossa dignidade de cidadãos com direitos.
Recusamos que os nossos direitos possam ser trocados por medidas caritativas, que a nossa dignidade seja ultrajada pela pobreza a que nos querem condenar, assim como não permitiremos a regressão social ao antes do 25 de Abril.
É com esta convicção da necessidade de continuarmos a lutar, que termino, saudando mais uma vez todos e todas que tornaram possível esta festa grandiosa, desejando a todos que no próximo ano, cá estejamos com saúde e alegria.
Com Abril e por Abril venceremos.
Viva o 19 º Piquenicão Nacional
Viva o Concelho de Grândola
Viva o MURPI

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